Essa aconteceu meados dos anos cinqüenta. O Chitão dos “ricos” e o dos “pobres” eram realizados no mesmo dia e hora, evidentemente em locais diferentes por motivos óbvios. O senhor Gerardo Magalhães, 99 anos (2007), “cismou” de entrar na festa do “Chitão dos Pobres”,.
Tido como homem rico, comerciante próspero, pele branca e de conceituada e ilibada reputação no seio da nossa sociedade, quais motivos o levariam a tomar ousada atitude. Sim, para a cultura e os costumes da época, onde ricos e brancos não se misturavam com pobres e pretos, era, no mínimo, um fato um tanto quanto inusitado.
Pois bem, o sucedido comerciante comprou um ingresso na bilheteria e ao se dirigir para a portaria foi barrado pelo promovente senhor Expedito Ferreira, conhecidamente pela alcunha de Expedito Galinha D’água, sob o pretexto de que aquele ambiente não era apropriado para tão ilustre e honrosa visita, em outras palavras, ali não era o seu lugar.
O nobre senhor se sentiu ofendido e imediatamente puxou do bolso um enorme pacote de dinheiro graúdo, jogou em cima de uma mesa e esbravejou:
- Diga quanto é o preço da entrada!!! O promovente perplexo diante de tanto dinheiro esparramado à sua vista, respondeu :
- O “Chitão dos Ricos”, meu amigo, é mais na frente !