Aconteceu que no ano de 1979, o dançarino João Bahia, figura conceituada de nossa cidade, eita cabra bom forrozeiro, tão logo começou o arrasta-pé, se meteu numa encrenca daquelas, que para espanto dos presentes, riscava sua faca (uma pexeira de 12 polegadas) no meio do salão.

Completamente alcoolizado, de imediato foi detido por policiais de plantão que o conduziam para a cadeia pública, pois contrariara os dizeres de um cartaz afixado na portaria: “é proibido entrar armado”. De tal sorte que ao ser retirado do salão, depara-se com o promovente do Chitão, seu amigo Expedito Ferreira.

Após rogar súplicas, seu pedido de clemência é aceito para poupar-lhe a liberdade, mas em troca, deveria, o “felizardo”, fazer companhia aos policiais, sentado à mesa , num banco de madeira sem encosto, um “tamborete de forró”.

Pois bem, o tenente Pereira (de saudosa memória), era o delegado e, atendendo ao pedido do promovente da festa para “cuidar” do nosso amigo João Bahia, o fez de maneira copiosa. Forró truando, o nosso amigo tenta se levantar para ali mesmo, dançar sozinho com uma mão na barriga e a outra ligeiramente inclinada e, eis que, é impedido, pois, segundo ordens superiores deveria ficar sentado e imóvel.

Já por volta das 23h a sede lhe bate a garganta, pega uns trocados no bolso e solicita ao garçom uma cerveja, pois que, é novamente impedido de degustar aquele saboroso líquido etílico. Meia noite, João Bahia sente uma vontade danada de fazer xixi e pede ao soldado para lhe fazer companhia até ao banheiro.

Não deu outra: Pedido negado, João Bahia mijado! É que o coitado se mijou todo, ali mesmo sentado. Uma hora da madrugada, dando-se conta do castigo que fora cometido, não restou-lhe outra alternativa, senão, dormir.

Mas para seu desespero, tão logo pegava no sono era acordado com um tapinha nas costas dado pelos policiais. Esse lenga-lenga se repetiu até ao final da festa, as 6h30min da manhã – o nosso amigo dormia, ou melhor, tentava dormir e era imediatamente acordado.

Ao ser liberado, o promovente da festa, sorrindo, o aborda e diz: – Gostou da festa, João Bahia! – Seu Expedito, dada a nossa consideração, eu agradeço ter-me poupado a liberdade, prometo que jamais entrarei armado no seu chitão. Mas confesso ter preferido a prisão, pois, só assim não teria passado por tantos dissabores. Com certeza eu teria dormido a noite inteira !