Até hoje o senhor Expedito Ferreira, fundador-promovente do “Chitão dos Pobres” conta essa história mas não revela o nome do personagem principal, seja talvez para preservar o seu matrimônio. Anos cinquenta, o senhor “X”, “da sociedade”, pele branca, rico, muito rico, aparece à meia noite na portaria da festa do Chitão dos Pobres” sob o pretexto de apenas dar uma olhadinha no salão, e foi impedido, tendo em vista, que ali não era um ambiente para figura tão fina, ilustre e fidalga.
Em seguida, o nobre rapaz veio com outra mentira esfarrapada, alegando que queria entrar para apenas constatar se sua esposa estava lá dentro. Diante daquela mentira cabeluda, a resposta foi negativa, pois, sua legítima esposa, uma madame afeiçoada e de prendas o que iria fazer naquele ambiente ralé e pobre.
Dada a sua insistência e resistência por parte do promovente da festa, o rapaz resolve então pagar a sua entrada, mas mesmo assim, mais uma vez foi proibido de entrar, sob a alegação de que iria apenas debochar daquele ambiente simples e humilde.
Pois bem, dada a irredutibilidade do dono da festa em proibir o moço de entrar, o tal rapaz resolveu abrir o jogo de vez, sussurrando baixinho ao seu ouvido : – Seu Expedito, na verdade eu vim aqui foi para saber se aquela safada da minha rapariga entrou ou não entrou na sua festa.
A resposta foi curta e grossa : – O cabaré é mais na frente!